Quem nunca se pegou pensando em frente à geladeira sentindo aquela vontade de “beliscar” alguma coisa mesmo sem ter fome, com aquele “vazio interior” incômodo e inexplicável. Sem saber bem como preenchê-lo, não é difícil de acontecer que nossa mente comece a desejar aquele sorvete enorme e delicioso ou aquele sanduíche saboroso, carregado de calorias. Se você entende bem o que é passar por isso, certamente não está sozinha. Esses acessos de compulsão gastronômica em geral acontecem quando alguma coisa não vai bem na nossa vida. Tentamos recompensar nossa dor ou ansiedade com algo que nos massageie por dentro e, muitas vezes, encontramos esse conforto na comida. Afinal, por que isso acontece? E como parar com isso e controlar essa compulsividade?
Alimentação Afetiva
A relação entre sentimentos e comida começa a se estabelecer já no desenvolvimento infantil, porque é em torno da alimentação que são estabelecidos nossos primeiros relacionamentos afetivos.
O leite materno nos alimenta e nos conforta, estreita laços sentimentais. Quando crescemos um pouco mais, os pais nos ajudam a entender a comida como um prêmio, como uma recompensa: se ficamos doentes, recebemos a comida preferida ou um docinho que nos traz conforto; se comermos tudo o que está no prato, ganhamos a sobremesa. Aprendemos desde cedo a associar a comida à solução de um problema.
Desejo, necessidade, vontade!
A partir daí, inconscientemente, o alimento nos traz um conforto e, por isso, descontamos sentimentos de estresse, solidão, ansiedade, tristeza, e passamos a comer emocionalmente, ou seja, para acalmar nossos sentimentos.
Além disso, a relação das emoções com a comida fica guardada escondidinha dentro de nós e, quando buscamos afeto, carinho de mãe ou, ainda, acreditamos que merecemos um prêmio, relacionamos a comida àquela lembrança que ficou da infância. Resultado: comemos pela fome emocional, e não fisiológica, porque queremos fugir dos nossos problemas descontando-os na alimentação, na busca pelo conforto.
1- Identifique os momentos em que a comida pode estar ligada com as emoções, e não com a fome. Tente estabelecer o fato ocorrido, o sentimento e o alimento ingerido.
2 -Se não for fome, não coma! Pare e pense qual o sentimento que pode estar gerando esse vazio.
3 - Seja mais exigente! Escolha comidas gostosas, que valham a pena ser saboreadas. Coma devagar, sentindo o sabor dos alimentos. E lembre-se de que o cérebro leva 20 minutos para receber a informação da presença de comida no estômago.
4 - Evite situações de perigo, como ter alimentos estocados em casa, pelo menos até conseguir evitar que essa confusão de sentimentos e alimentos esteja dominada.
5 - Não faça jejum! Ele libera cortisol, o hormônio da ansiedade, dificultando a identificação do que realmente é fome e do que é apenas vontade de comer, além de favorecer a nossa escolha por doces, alimentos com alto teor de açúcar.
6 - Coloque a comida no seu devido lugar: não é ela que tem poder, as escolhas são nossas. Tomando pra si a responsabilidade de suas decisões fica mais fácil mudar o comportamento, quebrando um circulo vicioso.
7 - Procure enxergar outros prazeres que estão além da comida como dançar, sair com os amigos, conversar. Deixe o alimento ser apenas um coadjuvante do seu evento.
8 - Busque novos programas que não envolvam comida, refeições, praça de alimentação, restaurantes. Não é preciso evitá-los, mas procure variar, buscar novas formas de diversão.
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