Produtos feitos de ingredientes naturais ou orgânicos são tendência mundial, segundo especialistas
Methylpropional? Propilparabeno? Essa sopa de letrinhas encontrada nos ingredientes de alguns cosméticos não é só difícil de decifrar, mas também rejeitada por parte dos consumidores e fabricantes. O mercado vem valorizando marcas que, dentro de uma estratégia de sustentabilidade mais ampla, optam pelos ativos naturais em cremes e produtos para a pele, deixando de lado os conservantes e ingredientes sintéticos.
Esse movimento reflete uma busca por maior qualidade de vida, que só fabrica produtos orgânicos certificados e exportou mais de US$ 1 milhão em 2009.” É uma evolução do ser humano, que começa a questionar o que usa e os benefícios daquilo”.
Em um mercado onde sai de cena o óleo mineral derivado do petróleo e brilham ingredientes da natureza como karité e cupuaçu, existem produtos com alto valor agregado. Eles têm embalagens recicláveis, métodos de produção com menores impactos ambientais e não são testados em animai. “Não basta ter um ingrediente natural, mas ter matérias primas sustentáveis, mão de obra justa. É toda uma filosofia”.
O conceito do natural não é novo, a exemplo dos produtos oferecidos por redes mundialmente famosas como Kiehl's e The Body Shop, comprada pela gigante L´Oréal em 2006. O segmento, porém, deve crescer e ganhar adeptos. A Vyvedas aumentou seu faturamento em 200% entre 2009 para 2010 e vai expandir o negócio com a abertura de lojas próprias. “O natural e orgânico virou uma questão global e está chegando aqui”.
De acordo com uma pesquisa do Ibope Midia, mais de 70% dos brasileiros pagariam mais caro por produtos ambientalmente corretos. Isso indica uma intenção do brasileiro, que, pode inverter a ordem do mercado. “Quando o consumidor entender que pode ter o mesmo resultado sem afetar sua saúde nem o planeta, ele vai preferir esse produto”.
Com a opção por produtos totalmente naturais, os consumidores evitam contato com derivados de animais, de petróleo, conservantes sintéticos e fragrâncias, responsáveis por muitos casos de alergias. “Além disso, o produto natural tem benefícios reais. O óleo vegetal da castanha, por exemplo, é antioxidante, retarda o envelhecimento, cicatriza”. “O cosmético normal dá um efeito imediato, mas a médio e longo prazo causa efeitos colaterais. É como subir um degrau e descer dez”. O óleo mineral envelhece a pele precocemente e ingredientes como teflon e chumbo usados em maquiagem podem provocar até queda na libido. Mas nem todo produto natural é orgânico, e isso requer atenção do consumidor na hora da compra. Para isso é preciso uma série de certificações. “Ele não pode usar ingrediente transgênico, tudo tem que vir de agricultura orgânica”.
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) indica que os produtos locais e a incorporação das matérias primas da biodiversidade brasileira estão entre as grandes tendências do setor. É possível prever mais produtos naturais no mercado a partir de agora. “Encontraremos muitas substâncias derivadas de plantas e um avanço na vetorização e nanoencapsulamento delas, o que dá maior eficácia e segurança”. “A tendência é o desenvolvimento de dermocosméticos produzidos a base de materiais naturais, como por exemplo,um antiaging com cristais de quartzo rosa”.
Se a tendência se confirmar, entram com tudo nos potinhos de creme elementos como açaí, bacuri, castanha do Brasil e murumuru. Tudo isso aliado à tecnologia – e não como aquelas máscaras caseiras do tempo da vovó.
0 comentários:
Postar um comentário